O partir do vidro

Tudo aquilo que alguma vez quiseste saber sobre (a minha) poesia e algo mais...

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Localização: Ermesinde, Porto, Portugal

Há pessoas perfeitas...mas não sabem o que fazer com essa perfeição.Eu não sou dessas...porque não sou perfeito

agosto 16, 2005

Coloquei as mãos em forma de concha e segurei o Silêncio

O silêncio é apaixonante...



O silêncio é aquilo que sinto quando me sento sozinho neste chão de madeira riscada. Passadas várias horas de mudez não aguento mais e deixo me cair para trás. A lingua está dormente de lamber as tuas fotografias e os olhos cansados de tanto dormir. E começo a pensar que as tuas emoções individuais serão para sempre as minhas impressões digitais.
Podia me ter calado tantas vezes. Existe algo magistral no silêncio. O saber calar é inato e é perfeito. O saber falar é apenas fruto do estudo. Se eu, pelo menos, soubesse que estive todo este tempo sozinho, nunca teria rastejado. Eu nunca teria acendido a luz que agora me queima os olhos. E estraguei todos aqueles momentos em que poderia ter estado acompanhado pelo silêncio. E apesar de tudo o silêncio não me recrimina. Faz simplesmente um breve silêncio antes de me abraçar novamente.
"E eu que ouvi o que não dizias... apaixonei-me por ti porque calavas".

agosto 02, 2005

A solidão do pensamento

Vejamos...quando o Homem se dedica inteiramente á vida interior, perde grande parte das conexões com o que é social. Ser intelectual é, na sua integridade, o assassínio do manisfesto, na medida em que os olhos desse ser intelectual reviram para dentro e passam a analisar interior e constantemente tudo aquilo que o rodeia, guardando para si essas observações. Essa análise, chega quase sempre á exaustão em vários aspectos diferentes. Por isso, a mágia que quase todos vêem em certas coisas, para o pensador não é real...é algo que foi revelado aos poucos através das diferentes camadas de "dissecações mentais".
Mas também não se poderá dizer que o pensador procura encontrar a essência das coisas atravês do seu estudo. Não. Não existem objectivos quiméricos nem utópicos para as análises interiores.
Na minha experiência como ser obcessivo-pensante, penso para repelir a solidão. Para me divertir naqueles "momentos mortos", mas sei e sinto e acho que faço sentir a quem me rodeia, que o pensar faz de mim um ser cada vez mais isolado. Assim sendo, a pergunta que se poderia colocar já está, a partida, respondida: Penso porque me sinto sozinho dentro do meu corpo...preso nesta matéria que só me trará dor: os desgostos, as desilusões, o sofrimento físico e mental...
...e eu nunca pedi vida...
(Não existe fardo maior, do que carregar algo que não se deseja).