O partir do vidro

Tudo aquilo que alguma vez quiseste saber sobre (a minha) poesia e algo mais...

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Localização: Ermesinde, Porto, Portugal

Há pessoas perfeitas...mas não sabem o que fazer com essa perfeição.Eu não sou dessas...porque não sou perfeito

janeiro 31, 2005

Acção da acção

Qualquer tipo de movimento humano é lhe alheio.
Os simples gestos de andar e pensar,
simples pela sua facilidade e não pela complexidade,
são contra a sua vontade.

Ou se não são contra,certamente não são a favor.
Eu penso porque o meu cérebro pensa,automáticamente.
Eu respiro,ando,sorrio, não porque quero,
mas sim porque existe algo mais forte.

E não podemos negá-lo!
Não posso parar de pensar em algo,só porque quero.
Assim feito,ainda estaria a pensar mais,em termos quantitativos.
Não posso parar de andar,senão nunca chegarei ao meu destino...
não posso para de respirar,porque senão...

Flutuar

O temperamento ferve-te nas veias,
deixando um cheiro imortal no ar.
Sinto-me tremulo e tão festivo
que esta noite tudo se fez para mim.

Quero ser tudo o que não serei
porque o futuro é solitário,
deixando para trás o que não existe
e fazendo de nós potenciais amantes.

A natureza tomou o seu rumo
porque o amanha tardava,
e a espera não é espera
porque o tempo não espera.

Por ti,sento-me e tatuo-te o corpo
sabendo eu que esse momento nunca existiu.
Só ficarão marcas...
sem as lembranças morais.


janeiro 28, 2005

Fogo siberiano

Assiste hoje ao fim do mundo.
Do meu mundo,do meu amor,da minha droga.
Toda a gente adora pensamentos,
mas os pensamentos não me adoram.

Assiste hoje ao desmoronar,á ruina.
Lança todos os foguetes que conseguires,
veste-te de negro e aí serás melhor do que eu.
Ainda hoje não me acredito que ninguem me quis salvar!

Ninguem me ama e eu amo toda a gente.
Ninguem te odeia...só eu,
devido àquelas pequenas coisas que disseste:
"sou fogo e tu a costa siberiana".

Eramos demasiadamente iguais.

janeiro 26, 2005

Hiprocrisia Natural

Desta vez não estou com rodeios,
vou vomitar tudo aquilo que mereces ouvir.
E para não te magoar tanto com as minhas palavras,
vamos fingir que me apontam uma arma à cabeça.

A mãe natureza deu te o aspecto de Venús,
mas tudo o que sabes fazer é prostituir essa beleza.
A mãe natureza desiludida,deu-me o dom da escrita,
e tudo o que eu faço é alugar os meus pensamentos.

Mas,eu não te quero magoar...chama-lhe hipocrisia.
Eu só me queria sentar ao teu lado e poder sorrir para ti,
sabendo, mecanicamente, que o teu sorriso seria aberto.
Mas a mãe natureza não me deu sorriso...pelo menos para ti.

janeiro 25, 2005

Viagens de LSD

Há quem diga que és fantasma,
há quem diga que eu não faço sentido.
Então,se eu não faço sentido tu não transpareces,
e se tu não transpareces,então sou entendido.

Hoje,até te chamaria pelo nome próprio.
E tu deverias saber que sou uma polaroid por secar.
Está tudo nas tuas mãos,meu querido fantasma.
Está tudo nessa cabeça lunática,loucura.

E eu já te tinha dito que não estaria disposto a salvar-te,
salvar-te por um simples beijo.
E talvez um dia eu me salve,
de ir novamente sozinho para a via lactea.

janeiro 22, 2005

Adolescentes

Todas as pessoas de plástico respiram o meu ar,
e toda a gente aqui pensa que estou louco.
Mas isso são tudo tramas aero-mentais.
Todos os meus amigos são feios e vazios,
fizeram de tudo para me colar o coração.

E não há ninguem que me queira morto,
talvez porque eu nunca matei ninguem.
Mas isto é só um desintegrar patético.
Todos os meus amigos são da cor cinzento,
eles não sabem operar corações.

Fizeram de tudo para me enterrar,
todos aqueles amigos que eu enterrei.
Mas isso foi quando eu sangrei das mãos,
talvez por nunca ter rastejado antes.
Todas as pessoas de plástico cheiram a incenso.

janeiro 21, 2005

Profecias cor de rosa

Eu consigo ver o futuro sem imaginação,
porque é a única forma que consigo pensar.
A base desta pirâmide circular é sempre a mesma
e os violadores são tão inconsequentes quanto dementes.

Ainda revejo os corpos estendidos no teu quarto,
Vejo o fogo hediondo do apocalipse nos teus olhos.
Macabras,as ruas estão deserticas,tal como cada um de nós.
Só me lembro dos cadáveres,paixão.

E dizia-se que a evolução era progresso...
As crianças que suplicavam por um pouco de vida,
as mães que imploravam por um tudo de morte...
E eu só bebia,juro linda,bebia para adormecer.

janeiro 19, 2005

Desprezo hereditário

Satisfizes-te-me.
Atas-te-me a cordas impossiveis de atar.
E eu pensei que isto era demasiado obsoleto!E a dor!
A dor que passou que nem flashes de máquinas,
flashes de máquinas com uma luminosidade parisiense.
E o meu refúgio nem sequer tinha nome de vício.

Mas mesmo hoje, ainda te consigo sorrir.
Será empatia?Medo?Respeito?
Na minha mente chama-se desprezo.
Quero que saibas que não há um dia na vida em que pense em ti.
Simplesmente não existes para mim!
Acho que já posso sorrir.



janeiro 17, 2005

Morreste (o lado egoísta de se perder alguêm)

Se tu pegasses em tudo o que já deste de ti
e me conseguisses agradecer por tudo o que eu já recebi...
Se tu te despisses à minha frente sem começar com os teus jogos,
eu juro que não ficaria farto, nem a minha voz seria tão grave.

Podia ter te tirado o tapete debaixo dos pés
que tu continuarias a flutuar tão levemente
e tenho a certeza que me dirias nesse tom carinhoso que me enoja:
"por ti, matava-me outra vez"

Eu, estúpido, tocar-te-ia uma melodia acústica
na qual o refrão seria a forma mais ignorante e
monstruosa de dizer que te possuí:
"desejo que nunca voltes a amar de novo"

As estrelas estão todas mortas
e a luz que eu vejo é simplesmente a luz dos meus olhos.
Acho que não acredito em deus
e o que é a demência senão o conjugar de mil ideias sem concretização...