Ensaio antecipado da morte de um romance
Confessei-te, amargamente, que me sentia tão sozinho e tu perguntaste-me rápidamente: - "Vamos mergulhar? Vamos?".
Ok. Acabou-se para mim. Cedi. Mergulhei. Vi turvo. Não vi. Sinceramente não quis ver. Disseste-me que sabias o caminho. Agarrei-me á tua mão muito mais do que me agarrei á vida. Depois de nadarmos quilometros sem vir á tona, chegamos, finalmente, a uma qualquer plataforma. Deite-me encharcado, arassado, no chão duro. Olhei para ti, perfeita e seca, deitada num chão infiel, a sorrir. Não te culpo, porque cansado como estou só quero descansar.
Tocas-me duramente no braço e dizes: - "Estás pronto para mais uma viagem?". Sei perfeitamente que não estou, mas aceno-lhe serenamente com a cabeça e com um sorriso perdido nos lábios: - "Vamos".
Paramos a meio desta nossa maratona e quase me beijaste. Eu estava perdido, meio morto. Só queria chegar lá...mas eu nunca soube onde tu querias chegar. Paramos novamente. Só que desta vez tu não estavas perfeita. Estavas coberta de lama, com os olhos sujos da maquilhagem que começaste a usar sem eu saber. Estava a morrer de frio, mesmo assim tirei a minha camisola e limpei-te o rosto. Ficaste linda outra vez.
Perguntei-te: - "É aqui?Chegamos?". Tu respondeste: - "Não...não chegamos...ainda falta...". Eu estremeci e cerrei os dentes. Não conseguia mais. - "Vamos então?", perguntei eu. - "Desculpa, não consigo mais. Não consigo mais nadar neste mar...é sempre o mesmo...". Paralizei. Os meus olhos devem se ter enchido de vermelho. Eu não sabia caminho nenhum dali para fora. Olhei-a nos olhos. Tentei chegar ao fundo da alma dela. Pedi-lhe ajuda telepáticamente. Disse novamente que não. Mandei-me brutamente contra a agua suja...passado mil horas acordei banhado em suor na minha cama...sozinho.
Pelo que eu vi, fui eu quem sempre soube o caminho. Fui eu quem te puxou por todo este mar. Esgotei-me. E só agora é que me lembro que tu sempre disseste que não sabias nadar...
Ok. Acabou-se para mim. Cedi. Mergulhei. Vi turvo. Não vi. Sinceramente não quis ver. Disseste-me que sabias o caminho. Agarrei-me á tua mão muito mais do que me agarrei á vida. Depois de nadarmos quilometros sem vir á tona, chegamos, finalmente, a uma qualquer plataforma. Deite-me encharcado, arassado, no chão duro. Olhei para ti, perfeita e seca, deitada num chão infiel, a sorrir. Não te culpo, porque cansado como estou só quero descansar.
Tocas-me duramente no braço e dizes: - "Estás pronto para mais uma viagem?". Sei perfeitamente que não estou, mas aceno-lhe serenamente com a cabeça e com um sorriso perdido nos lábios: - "Vamos".
Paramos a meio desta nossa maratona e quase me beijaste. Eu estava perdido, meio morto. Só queria chegar lá...mas eu nunca soube onde tu querias chegar. Paramos novamente. Só que desta vez tu não estavas perfeita. Estavas coberta de lama, com os olhos sujos da maquilhagem que começaste a usar sem eu saber. Estava a morrer de frio, mesmo assim tirei a minha camisola e limpei-te o rosto. Ficaste linda outra vez.
Perguntei-te: - "É aqui?Chegamos?". Tu respondeste: - "Não...não chegamos...ainda falta...". Eu estremeci e cerrei os dentes. Não conseguia mais. - "Vamos então?", perguntei eu. - "Desculpa, não consigo mais. Não consigo mais nadar neste mar...é sempre o mesmo...". Paralizei. Os meus olhos devem se ter enchido de vermelho. Eu não sabia caminho nenhum dali para fora. Olhei-a nos olhos. Tentei chegar ao fundo da alma dela. Pedi-lhe ajuda telepáticamente. Disse novamente que não. Mandei-me brutamente contra a agua suja...passado mil horas acordei banhado em suor na minha cama...sozinho.
Pelo que eu vi, fui eu quem sempre soube o caminho. Fui eu quem te puxou por todo este mar. Esgotei-me. E só agora é que me lembro que tu sempre disseste que não sabias nadar...
