Sou o miserável que afastas com uma esmola

Não tenho garra. Não tenho qualquer tipo de ligação com o exterior. Já não sou quem uma vez fui. Deixei morrer a minha bondade. A bondade que tanto demorei a aprender.
Neste mês de Outubro o sol gélido não consegue aquecer o meu coração. Deixei o coração no escuro da floresta. A última vez que o visitei choramos os dois. Ele disse me que estava cansado. Eu disse lhe que me sentia cobarde. Não bastando fugir, fugi para o lado mais conveniente. O meu coração disse me baixinho ao ouvido coisas imaginávelmente maravilhosas. Transportou me ao longo de vidas, casas, quadros...tudo. Voei por paises, visitei lugares incriveis, provei sabores impensáveis. Por momentos esqueci que tinha deixado o meu coração sozinho numa floresta longinqua. Por momentos esqueci-me...

Não tenho amor. Não tenho qualquer tipo de ligação com o interior. Agora sou quem uma vez disse que nunca seria. Deixei morrer a esperança. A esperança que tanto demorou a aparecer...