O partir do vidro

Tudo aquilo que alguma vez quiseste saber sobre (a minha) poesia e algo mais...

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Localização: Ermesinde, Porto, Portugal

Há pessoas perfeitas...mas não sabem o que fazer com essa perfeição.Eu não sou dessas...porque não sou perfeito

abril 15, 2005

Verões áridos...céus azuis...3 da manhã...e o teu cheiro...

Quando os corpos se juntam...existe algo que transcende o ser humano. Quando confiamos todo o nosso destino nas mãos das hormonas, quando a minha respiração passa a fazer-se por cada um dos poros do meu corpo e a boca já só serve para te beber a vida dos teus olhos, temos que admitir que o nosso nível de racionalização "normal" deixou de existir há muito.
Quando fazemos tudo aquilo que fazemos e já só damos por nós deitados no chão de uma sala em marmore, iluminados pelo fogo ardente de uma lareira, tal como a nossa paixão, e com os lençois de seda já há muito espalhados pelos quartos, temos que admitir que dias assim nunca mais chegarão.
Mas quando ás 3 da manhã pôes a tocar a música 3 daquele album que nunca sei o nome, tenho que admitir que as lágrimas escorrem me pela cara e aterram no teu peito nú que me conforta. São simplesmente 5 minutos e 48 segundo de dor misturada com terror e quem sabe...esperança. E as palavras que ele diz, que não têm nada a ver comigo, chocam os meus nervos de tal forma...que prefiro chorar..."I´m not asking you to be battered through and die alone...and you´re on, you´re off, she knows I´m all about the lights".
E no fim, enquanto caminho dormente pela rua, com um calor tremendo nas costas e com o teu sabor na boca, quero me despedir do mundo...nesse momento és tu que me preenches os sentidos...e então o teu cheiro supera o meu odor, mascarado por uma essência qualquer e os meus olhos olham para dentro e prefiro adormecer sem qualquer tipo de alucinações, á espera que qualquer dia me rejeites, só para ter um motivo...
E são assim os verões dentro de mim.

abril 03, 2005

O partir do vidro

Tudo o que alguma vez quiseste saber sobre a minha poesia está tão morto quanto eu. Tudo aquilo que quiseste chamar aos teus inimigos já eu pensei dos teus amigos. É claro que dramas psico-morais nunca me irão afectar da mesma forma que os crimes socio-degenerativos...Vês? Não compreendes nada sobre isto! Não estás a perceber a minima palavra do que eu digito neste teclado que, se podesse cantar, gemia de injustiça. Então para que vens cá constantemente, senão para compreenderes o global, o contexto, a integridade daquilo que é chamado de poesia?! Mas, por mais que tentes não percebes e como forma de escudo da tua ignorancia dizes que isto não faz qualquer sentido. É óbvio que faz...eu sei que faz, e quem me conhece sabe que o mundo é tal como o descrevo...
O partir do vidro é então isso mesmo. Já vai ha muito tempo qu eu parti o meu vidro. Aquele vidro que nós separa de entender o não lógico do lógico, o simples texto da poesia. De compreender-mos as palavras tal como elas são, sem segundas intenções. É isso o partir do vidro. Parte o teu e sentir-te-ás novo. Aí vais ver como todas estas palavras fazem sentido e ver-me-ás como o Deus a quem nunca foi dada a hipotese de governar...
Isto é tudo aquilo que sempre quiseste saber sobre (a minha) poesia...sem no entanto ser poesia...percebes?

abril 01, 2005

Dislexia em forma de poesia

Se tudo o que tu dizes para mim é desejo,
quem me prova que a tristeza em mim existe,
que tu não és pureza a que o meu coração resiste,
que eu já te esqueci e sei que não rastejo.

Mas sei, que quando estalares os dedos eu lá estarei
nesta infelicidade inata que me completa,
E tu, que tens receio de aceitar os meus olhos cor violeta,
nunca me irás conhecer, como eu desejarei.

De concreto, o futuro deixa me saudades.
Talvez de um mundo que nunca chegarei a conhecer,
ou desta chuva que nunca chegará a chover,
ou mesmo dessas vidas que transpiram...felicidades...